RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os créditos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para hotéis e hospedagens que serão construídos ou reformados para a Copa do Mundo de 2014 deve dobrar para 2 bilhões de reais, segundo o superintendente do banco, Ricardo Ramos.
No ano passado, a instituição lançou um programa de um bilhão de reais para atender o setor hoteleiro. Segundo o Ramos, a demanda por recursos tem sido forte e o banco deve dobrar essa linha até o fim do ano.
Entre os projetos mais conhecidos já contemplados por recursos do banco estão o hotel Glória, que está sendo reformado pelo grupo EBX, do empresário Eike Batista, e uma nova unidade da rede Ibis, também no Rio de Janeiro.
"Provavelmente vamos aumentar em mais 1 bilhão (de reais). Recursos não faltam e a ampliação já está sendo solicitada. A nova linha também vai valer para novos empreendimentos e reformas", disse Ramos nesta sexta-feira a jornalistas.
"Com a aproximação da Copa é que a remodelação e a construção vão se acelerar. Temos muitas consultas."
Pelo programa, os projetos que são ambientalmente mais sustentáveis ganham prazos mais elásticos de financiamento e taxas de juros menores.
OLIMPÍADAS
Também nos preparativos para as Olimpíadas de 2016, o Rio de Janeiro avalia como levantar outros recursos para obras.
Nesta sexta-feira, a secretária de Fazenda do Rio de Janeiro, Eduarda de La Roque, descartou temporariamente a idéia do município de obter recursos no mercado externo com a emissão de títulos batizados de "olimpic bonds".
A proposta do município era levantar no mercado 2 bilhões de dólares para financiar obras nas áreas de habitação e de mobilidade urbana. Mas a emissão de títulos precisaria de anuência do governo federal, que teria que mexer na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A prefeitura ainda precisa financiar 4 bilhões de reais para viabilizar os investimentos.
"Não estamos autorizados a emitir bônus enquanto perdurar nossa dívida que vai até 2029 e isso está fora de cogitação", disse a secretaria.
"A gente mandou um pedido para a Fazenda e para o Tesouro, mas já há declarações do secretário Arno (Augustin) que é contra, porque tem que mexer na LRF. Concordo, porque do ponto de vista político é muito delicado, mas do ponto de vista econômico faria muito sentido."
O município espera reforçar a demanda pelos recursos assim que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles assumir o cargo de Autoridade Pública Olímpica.
"Vamos sentar com governo federal e estadual para saber como vamos financiar esses 4 bilhões que faltam... Isso (emissão de bônus no exterior) por enquanto está descartado."
(Por Rodrigo Viga Gaier)
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