sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Para especialistas, Brasil busca qualidade no Turismo

Três especialistas e consultores brasileiros analisaram variáveis de desenvolvimento do turismo e chegaram à conclusão de que a “saúde” da economia turística avançou expressivamente nos últimos nove anos, mas lacunas históricas exigem soluções que não podem mais ser adiadas.

O principal alerta para o período 2012-2014 vai para as áreas de recursos humanos, mobilidade e acessibilidade, infraestrutura urbana e comunicação em idiomas estrangeiros. Segundo o professor doutor pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em Turismo Ricardo Ricci Uvinha, o Brasil se aperfeiçoa, de forma qualitativa, na formação de mão-de-obra para o setor. “A grande procura por cursos de turismo nas universidades mostra isso. A qualidade da educação é um fator bastante decisivo para a profissionalização do turismo brasileiro”, afirma Uvinha.

De 2003 a 2011, o Ministério do Turismo qualificou 815,5 mil pessoas em especialidades técnicas de base do setor, línguas estrangeiras e gestão empresarial para o turismo. Mais de 2,7 mil cidades brasileiras foram atendidas somente em 2011.

As quatro maiores economias turísticas do mundo – França, Estados Unidos, China e Espanha – são, sobretudo, exemplos internacionais de organização e mobilidade urbana. Para a docente do curso de Lazer e Turismo da USP e pesquisadora nas áreas de Turismo Urbano e Políticas Públicas, Mariana Aldrigui, o Brasil deve apostar em políticas públicas integradas, que considerem que o turista é também um consumidor de transporte. “O tempo gasto para se deslocar em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, por exemplo, ainda é muito maior do que em Nova York, Paris, Londres e Hong Kong. Isso, além de criar um comprometimento do transporte do morador, também prejudica o visitante. Na verdade, o sistema é um só e deve funcionar bem para todos”, analisa.

Cidades que oferecem maior qualidade de vida se tornam mais atraentes para investidores de diversas áreas do setor. O volume de desembolso de crédito vem crescendo em média 20% ao ano, desde 2003, ano da criação do Ministério do Turismo. Segundo José do Carmo Rocha Filho, consultor do Departamento de Financiamento e Promoção de Investimentos no Turismo (DFPIT/MTur), o ritmo de aumento do crédito financiado por bancos públicos federais para operações de investimento e capital de giro às empresas turísticas “demonstra que o turismo brasileiro evolui quando são dadas condições favoráveis para isso”.

A expectativa do Ministério do Turismo é que R$ 10 bilhões sejam injetados em 324 novos empreendimentos hoteleiros que iniciarão operações no Brasil até 2019, gerando 32 mil empregos diretos e aumentando a oferta nacional de unidades habitacionais de hospedagem em 55 mil.

Fonte: http://www.panrotas.com.br/noticia-turismo/mercado/para-especialistas-brasil-busca-qualidade-no-turismo_74371.html?pesquisa=1

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