Grupo de trabalho das entidades públicas e privadas do turismo da cidade do Rio de Janeiro com o objetivo de zelar pela competitividade no turismo na cidade junto ao programa 65 Destinos Indutores do MinTur.
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quinta-feira, 19 de junho de 2014
Exposição com a Copa pode reduzir rombo em turismo
Sergio Barreto Motta
Alguns pontos precisam ser ressaltados em relação à Copa do Mundo. Os aeroportos, apesar dos atrasos, estão dando conta da demanda – talvez até pela retração dos passageiros brasileiros, que deixaram de fazer viagens de negócios. A segurança, com as Forças Armadas, está andando bem. E o ministro do Turismo, Vinícius Lage, apresenta visão pragmática sobre o setor. Com população de 200 milhões, o Brasil é a sétima economia do mundo, mas, em turismo, ao receber 6 milhões de visitantes em 2013, não se coloca sequer entre os 40 maiores destinos do planeta. Lage quer usar a exposição da Copa – estima-se que quase metade dos 7 bilhões de habitantes da terra tenham visto uma parte do evento – para atrair turistas de forma constante.
Este ano, o déficit da conta turismo ficará perto de US$ 20 bilhões, 25% do rombo total em transações correntes. Uma alta do dólar faria milagres, mas Guido Mantega não pode deixar a inflação subir mais. Após grandes eventos, verifica-se alta de 5% a 10% no número de visitantes nos anos seguintes, graças a comentários das pessoas que estiveram no país e ainda como resultado das notícias publicadas. As equipes de TV não se limitam a noticiar futebol e sempre levam ao ar imagens do Rio, Foz do Iguaçu, Pantanal, praias do Nordeste e tudo mais. Lage anuncia, para depois da Copa, campanha publicitária nos principais centros emissores de turistas.
Na Copa, havia previsão de chegada de 450 mil estrangeiros, número que deve passar de 600 mil – em parte devido a sul-americanos que chegaram ao país por terra, sem terem contatado agências de turismo. Informa-se que 72% dos visitantes estrangeiros nunca haviam estado no Brasil, antes da Copa, o que, de certa forma, se não justifica, poderia amenizar a irritação popular com os gastos com estádios. Lage não se esquece de que, em dois anos, será a vez das Olimpíadas e, portanto, mais uma oportunidade para o Brasil fixar sua imagem no resto do mundo – se tudo correr bem. Destaca que, embora as Olimpíadas sejam no Rio, há oportunidade de se levar milhares de turistas para o resto do país, graças à criatividade dos agentes de turismo.
Se, na Copa, houve muita improvisão, o Rio e o Governo Federal precisam dar mais atenção às Olimpíadas, para que o planejamento e execução superem o jeitinho brasileiro e o evento seja mais um ponto positivo para o Brasil recuperar os dólares e euros que seus turistas gastam no resto do mundo.
A voz de Dilma
Esta coluna tem feito duras críticas à presidente Dilma, mas é importante dar a palavra à presidente para se defender sobre a Copa. Com bons argumentos, ela se referia à suposta opção entre estádios e escolas/hospitais: “Trata-se de um falso dilema. Os investimentos nos estádios, construídos em parte com financiamento dos bancos públicos federais e, em parte, com recursos dos governos estaduais e das empresas privadas, somaram R$ 8 bilhões. Desde 2010, quando começaram as obras dos estádios, até 2013, o Governo Federal, os estados e os municípios investiram cerca de R$ 1,7 trilhão em educação e saúde. Ou seja, no mesmo período, o valor investido em educação e saúde no Brasil é 212 vezes maior que o valor investido nos estádios. A Copa não representa gastos apenas. Ela gera negócios, injeta bilhões de reais em nossa economia. Cria empregos, é fator de desenvolvimento econômico e social”.
A Copa não foi o evento prometido por Lula em 2007. Foi muito mais complicada e cara. Mas, sem dúvida, deixa marcas positivas.
Fonte:http://www.monitormercantil.com.br/index.php?pagina=Noticias&Noticia=154179&Categoria=PRIMEIRA
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