Lopes informou que a rede hoteleira do Rio entregou no ano passado 6,8 mil quartos e prevê a entrada em operação, até março de 2016, de mais 16 mil quartos. “São números muito grandes frente a um movimento turístico internacional muito pequeno”. A preocupação do presidente da Abih-RJ é saber o que fazer para que em 2017 essa oferta não fique ociosa. No caso do Rio de Janeiro, ele disse que a fórmula a ser adotada deve se adequar de maneira constante à realidade mundial. “O dólar hoje, por exemplo, está favorável ao turismo importativo e não exportativo. Mas ninguém pode prever como a taxa irá variar até 2017”.
No caso de Barcelona e Londres, Lopes lembrou que lá foi feito um trabalho de divulgação. “Houve sempre investimento grande em propaganda, promoção, divulgação dessas cidades no mundo”. Além de o posicionamento das duas cidades na Europa, o poder aquisitivo dos europeus, maior que o dos vizinhos do Brasil na América Latina, facilidade de deslocamento e mais oferta de voos favorecerem o fluxo de turistas.
Para o presidente da Abih, o Rio de Janeiro tem muito para crescer no setor de turismo. Segundo ele, Barcelona, por exemplo, recebe atualmente 12 milhões de visitantes estrangeiros por ano e o Brasil em torno de 6 milhões. Isso “mostra o gap [lacuna] que nós temos para poder crescer”. Na avaliação de Alfredo Lopes, se não houver promoção constante antes, durante e depois das Olimpíadas, o setor hoteleiro terá um problema sério de ocupação em 2017, “porque só as Olimpíadas não vão resolver o problema para o futuro”.
O tema segurança, segundo o diretor comercial do Rio Convention & Visitors Bureau, Michael Nagy, foi consenso entre os participantes do fórum. O diretor-presidente do Barcelona Tourism Board, Jordi William Carnes, reconheceu que o assunto é motivo de preocupação em qualquer parte do planeta. “É um problema mundial, principalmente nos destinos de turismo”. Onde tem turista que não fala a língua local, há uma situação de alerta para os visitantes, destacou.
O Rio de Janeiro está atento a esse aspecto, garantiu Nagy. “Não é um problema exclusivo do Rio”. Ele acrescentou que os problemas na área da segurança estão sendo atendidos, “mas não somos diferentes de nenhuma capital de turismo do mundo”.
Fonte:http://www.jb.com.br/rio/noticias/2015/04/29/forum-debate-legado-para-o-rio-de-janeiro-pos-olimpiadas/
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