terça-feira, 3 de março de 2015

Circuito cultural redefine papéis do centro e do porto do Rio

Com a implantação do passeio público marítimo, cortado por VLTs, será aberto um novo circuito de espaços culturais pelo centro, que começa no Museu de Arte Moderna (MAM), passa pelo Museu Histórico Nacional, Museu Nacional de Belas Artes, Centro Cultural Banco do Brasil, Casa França-Brasil, Centro Cultural da Justiça, Espaço Cultural dos Correios, até a região portuária.

O presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), Washington Fajardo, vê uma oportunidade de alavancar o turismo cultural na cidade. "É um turismo mais sustentável, de mais qualidade", afirma, pois traz junto uma série de outros produtos e serviços relacionados, como a oferta de restaurantes e bares. Fajardo tem sugerido à Prefeitura do Rio a criação de um bilhete cultural que junte o ticket do VLT com a visita aos espaços culturais por onde ele passa. "Serão muitos espaços públicos conectados e que vão surgir ao lado equipamentos culturais de interesse turístico", diz. Além desses espaços culturais, a região portuária tem 70 imóveis tombados como patrimônio histórico.

O diretor do MAR, Carlos Gradim, diz haver um processo de ressignificação simbólica do Porto. "Era um espaço proibido e agora o carioca volta a ocupar essa região", diz. O museu, primeiro espaço cultural a ser inaugurado dentro do projeto do Porto Maravilha, tem criado eventos para além das salas de exposição, como os projetos de música em sua área externa.

O Museu do Amanhã, a ser inaugurado até o fim deste semestre, é um projeto inovador que procura levar à reflexão sobre o futuro, em um debate sobre ambiente e sociedade. O museu será dividido em cinco partes e cada uma delas fará uma pergunta: "De onde viemos?", "Quem somos?", "Onde estamos?", "Para onde vamos?", "Como queremos conviver nos próximos 50 anos?". Para o curador do museu, o físico Luiz Alberto Oliveira, o objetivo do projeto não é oferecer respostas: " É colocar os visitantes para pensar".

Projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o desenho do museu faz alusão à flor das bromélias encontradas no Jardim Botânico do Rio. O projeto do prédio é sustentável. Asas retráteis no telhado aumentam o uso da energia solar e a água da Baía de Guanabara auxilia na refrigeração do ambiente interno e é utilizada no espelho d'água. O investimento para a construção, de R$ 230 milhões, foi feito pelo consórcio que vai operar o Porto Maravilha e o projeto museográfico é da Fundação Roberto Marinho. A manutenção do espaço será feita por patrocínio do banco Santander e do MD Group.

Outro espaço de lazer é o AquaRio, a ser inaugurado em dezembro. Será o maior aquário da América do Sul, com 22 mil metros quadrados em cinco andares. Lá estarão oito mil animais de 350 espécies diferentes. A estrela será o tubarão, conta o diretor-presidente do espaço, o biólogo Marcelo Szpilman. "Queremos desmistificar a ideia sobre os seres marinhos em geral e, mais especificamente, sobre os injustiçados e ameaçados tubarões", diz. "Queremos mostrar aos visitantes a importância desses magníficos predadores para a manutenção da saúde e do equilíbrio dos ecossistemas marinhos. Para isso, nada melhor do que poder vê-los bem de perto e até mergulhar com eles", afirma. Szpilman pretende que o aquário se torne um equipamento de turismo, lazer e entretenimento, mas também um espaço de sensibilização sobre a questão da sustentabilidade. Um centro de educação ambiental promoverá eventos e programas para aproximar os visitantes dos ecossistemas marinhos e fortalecer a consciência da preservação.

(Fonte: Valor Econômico/Ana Paula Grabois | Para o Valor, do Rio

http://www.portosenavios.com.br/portos-e-logistica/28356-circuito-cultural-redefine-papeis-do-centro-e-do-porto-do-rio

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