O Teleférico do Alemão, meio de transporte de moradores dos complexos do Alemão e da Penha e uma das mais visitadas atrações turísticas da Zona Norte do Rio, está impulsionando o comércio local.
De dezembro a 24 de janeiro, durante as férias escolares, o teleférico recebeu 487.212 pessoas, entre eles, turistas brasileiros e estrangeiros. O sobe e desce de passageiros ajuda a incrementar os antigos e novos negócios na região. O reflexo da inauguração do Teleférico do Alemão pode ser notado nos bairros vizinhos às comunidades.
Segundo a Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços , a partir de julho do ano passado, mês de lançamento do transporte, Bonsucesso recebeu mais 136 negócios, Inhaúma 55, Olaria 65, Penha 134 e Ramos 92.
O primeiro sistema de transporte de massa por cabo do Brasil atingiu a marca 1.348.221 de passageiros desde sua inauguração. Mais do que unir o morro ao asfalto e garantir acessibilidade, o teleférico ajuda a consolidar o desenvolvimento econômico das comunidades. De acordo com a direção do Teleférico do Alemão, operado pela SuperVia, cerca de 55% dos frequentadores dos bondinhos são turistas.
- Estamos transportando cerca de 11 mil passageiros por dia, já passamos até o Pão de Açúcar. Mais da metade são visitantes, o que reflete na vida da comunidade. O teleférico trouxe para a região, que tem 14 associações de moradores, mais desenvolvimento. E o comércio está sendo afetado, expandindo com o turismo - afirmou o diretor do Teleférico do Alemão, Luiz de Souza.
O mais novo ponto turístico da Zona Norte, junto com a pacificação dos complexos da Penha e do Alemão, tem chamado a atenção de turistas como um grupo de amigos que veio do Rio Grande do Sul. Os estudantes Luana Moresco, Marina Caumo, Bruno Boaro, Edu Alison Keller, Milene Caumo, Mariane Bottinelli e Milene Caumo aproveitaram as férias para conhecer o transporte.
- Queríamos algo fora do tradicional e o Alemão nos deixou curiosos depois da pacificação. É a nossa primeira vez no Rio. Já visitamos o Corcovado e o Pão de Açúcar, e não podíamos deixar de fora o Teleférico do Alemão. No fim da viagem, vamos a um restaurante da região - contou Luana Moresco, que procurou pela excursão em uma agência que oferece pacotes exclusivos para passear de teleférico.
Do alto do Teleférico do Alemão, o casal Renato e Carla pôde admirar parte da Zona Norte da cidade onde nasceram. Pela primeira vez, o gráfico e a professora visitaram os complexos da Penha e do Alemão e conferiram outros cartões-postais da região como a Igreja da Penha e o Cacique de Ramos. O casal aprovou o passeio e prometeu voltar mais vezes, mas com uma excursão às vielas da comunidades e aos restaurantes.
- Nunca viemos juntos ao Alemão, apesar de morar em Cavalcante. Estou curtindo a vista, e pretendo fazer desse passeio uma rotina. Quero, inclusive, convidar amigos para conhecer as comunidades e as vistas dessa área. A visão do teleférico é muito bonita, e o bondinho bem confortável. Com apenas R$ 1 podemos nos divertir - disse Renato Santos.
Teleférico alavanca comércio das comunidades
Restaurantes como o de José Sabino estão sendo incluídos no roteiro gastronômico de visitantes que passeiam pelas estações dos morros do Adeus, Baiana, Alemão e Itararé. Ao lado do terminal Baiana, o bar que se tornou restaurante logo depois do lançamento do teleférico recebe turistas de todas as partes do país e do mundo.
- Comprei uma pequena loja e montei um bar-restaurante. Antes, tinha um pequeno comércio. Os negócios estão melhorando e a visita dos turistas são muito bem-vindas. É preciso aproveitar que estamos ao lado de um ponto turístico para crescer. Eu acho que o movimento irá melhorar ainda mais - afirmou José, que mora na comunidade do Alemão há 28 anos.
Na principal avenida do Complexo do Alemão, a Itararé, as moradoras Nadir Santos, de 45 anos, e Saturnina Alves, de 75, comemoram a abertura de suas lojas no mais novo mini-shopping da área. Inaugurado em dezembro, o pequeno centro comercial também promete ser outro ponto de referência para os milhares de visitantes que passam pelas comunidades.
- Como o complexo está recebendo turistas, acho que abrir um comércio de lembrancinhas é um bom negócio. Estamos sempre vendo visitantes na região por causa do teleférico, e temos que aproveitar - ressaltou Saturnina.
- Abri a minha loja de roupas há apenas 15 dias e estou na expectativa de vender bastante. Aliás, esse é o desejo de todos os pequenos comerciantes da região. Estou investindo em biquínis para atrair os visitantes - contou Nadir.
