A capacitação dos profissionais do setor de turismo é talvez roteiro principal para o ano que se inicia - igualmente ao que ocorre desde épocas imemoriáveis no Brasil. O governo vem sublinhando o tema em sua agenda à medida que os grandes mundiais esportivos batem à porta. Uma vez que a infraestrutura - principal peleja para que esta atividade ganhe maiores dimensões - não poderá ser suprida a tempo, segundo consta nas entrelinhas, é no serviço que reside a fresta de pretensa magnificência do País quanto a estes eventos.
O próprio MTur (Ministério do Turismo) divulgou nota recentemente sublinhando, por intermédio de três especialistas do mercado, a área de recursos humanos como lacuna histórica que precisa ser minimizada - e, diga-se de passagem, há tempos está arraigada à postura retrógada do País. A pasta garante ter qualificado, de 2003 a 2011, 815,5 mil pessoas em especialidades técnicas de base do setor, línguas estrangeiras e gestão empresarial para o turismo - o que, ainda que benévolo, soa minguado.
Na frente privada, a pretensão da ABIH Nacional (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) é formar 30 mil profissionais até o final deste ano - embasados na previsão de que, nos próximos dez anos, 50 milhões de brasileiros manterão em sua cesta de consumo o turismo. Aparentemente, especula-se, o foco da entidade se estende além do compêndio Copa do Mundo - visão claramente fidedigna e sistêmica do mercado, como se baixassem a cortina da infância e entendessem que o principal mote dos mundiais é amadurecer o País como indústria turística; e não só fazer bonito no jargão vitrine internacional.
A passos mais largos, na outra ponta do iceberg, o próprio executivo do setor tem buscado meios para dilatar sua formação, estimulado pela promessa de que os salários se alarguem, gradualmente e junto às oportunidades de emprego, quando ele se prepara profissionalmente - como mostrou um recente estudo da QI Profissional.
É como se o onisciente coletivo, à frente até mesmo do Estado, compreendesse que a profissionalização depende da probidade dos protagonistas deste setor - principalmente dos que estão na esfera privada -, isentando o governo de ações que configuram a responsabilidade tangível do próprio MTur. Independente do lado em que estes personagens agem, é certo que a consciência começa a se desenhar de forma positiva.
Some-se a isso as condições econômicas e sociais inéditas, que têm se refletido neste mercado, fortalecendo o posicionamento de que o aprendizado deve ganhar, nos próximos anos, dimensões destoantes do amadorismo que ora ou outra vinha sendo via de regra.
Por sorte, as crises econômicas dos últimos anos revelaram a dimensão do turismo interno, desfazendo o mito de que o mercado brasileiro não se sustentaria por si só. Mesmo com o apartamento do viajante internacional, a atividade manteve-se em funcionamento somente com a demanda doméstica - elucidando, portanto, que tal fatia é crucial e existente para a sustentação do nível de emprego.
As perspectivas parecem compulsórias e devem impactar todos os segmentos que englobam a atividade turística. No entanto, o grau de realização deste potencial depende da capacidade de articular e reunir esforços públicos e privados dentro das mesmas estratégias de crescimento. A capacitação figura nessa lista, num cenário em que o papel das entidades empresariais cresce tanto na proporção de medidas quanto na sua efetiva implementação.
Para acertar o ritmo e o compasso no quesito capacitação, é preciso compreender o turismo não como setor - como comumente é chamado - mas como um segmento estratégico e transversal, que depende de outras indústrias para funcionar.
Sem restaurantes, bares, boates, museus, táxis e afins não há meios de oferecer um projeto turístico por completo. E aí se estende a imprescindível preparação da mão de obra nacional. O Estado deve, caso queira ter o País posicionado como destino maduro em âmbito internacional, construir meios para que essas atividades correlatas possam bem-servir juntamente às áreas primárias - como hotelaria, aviação e transporte urbano.
Aqui reside o desafio maior para o ano que chega - uma vez que os gargalos de mobilidade urbana, substancialmente, já naufragaram. Agora, resta cativar o estrangeiro com um sorriso no rosto e o usufruto de uma língua inglesa pouco compreendida, mas que minimamente faz ser entendido. O atraso protocolar começou a perder o charme, é hora de fazer.
Editorial Hotelier News
O próprio MTur (Ministério do Turismo) divulgou nota recentemente sublinhando, por intermédio de três especialistas do mercado, a área de recursos humanos como lacuna histórica que precisa ser minimizada - e, diga-se de passagem, há tempos está arraigada à postura retrógada do País. A pasta garante ter qualificado, de 2003 a 2011, 815,5 mil pessoas em especialidades técnicas de base do setor, línguas estrangeiras e gestão empresarial para o turismo - o que, ainda que benévolo, soa minguado.
Na frente privada, a pretensão da ABIH Nacional (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) é formar 30 mil profissionais até o final deste ano - embasados na previsão de que, nos próximos dez anos, 50 milhões de brasileiros manterão em sua cesta de consumo o turismo. Aparentemente, especula-se, o foco da entidade se estende além do compêndio Copa do Mundo - visão claramente fidedigna e sistêmica do mercado, como se baixassem a cortina da infância e entendessem que o principal mote dos mundiais é amadurecer o País como indústria turística; e não só fazer bonito no jargão vitrine internacional.
A passos mais largos, na outra ponta do iceberg, o próprio executivo do setor tem buscado meios para dilatar sua formação, estimulado pela promessa de que os salários se alarguem, gradualmente e junto às oportunidades de emprego, quando ele se prepara profissionalmente - como mostrou um recente estudo da QI Profissional.
É como se o onisciente coletivo, à frente até mesmo do Estado, compreendesse que a profissionalização depende da probidade dos protagonistas deste setor - principalmente dos que estão na esfera privada -, isentando o governo de ações que configuram a responsabilidade tangível do próprio MTur. Independente do lado em que estes personagens agem, é certo que a consciência começa a se desenhar de forma positiva.
Some-se a isso as condições econômicas e sociais inéditas, que têm se refletido neste mercado, fortalecendo o posicionamento de que o aprendizado deve ganhar, nos próximos anos, dimensões destoantes do amadorismo que ora ou outra vinha sendo via de regra.
Por sorte, as crises econômicas dos últimos anos revelaram a dimensão do turismo interno, desfazendo o mito de que o mercado brasileiro não se sustentaria por si só. Mesmo com o apartamento do viajante internacional, a atividade manteve-se em funcionamento somente com a demanda doméstica - elucidando, portanto, que tal fatia é crucial e existente para a sustentação do nível de emprego.
As perspectivas parecem compulsórias e devem impactar todos os segmentos que englobam a atividade turística. No entanto, o grau de realização deste potencial depende da capacidade de articular e reunir esforços públicos e privados dentro das mesmas estratégias de crescimento. A capacitação figura nessa lista, num cenário em que o papel das entidades empresariais cresce tanto na proporção de medidas quanto na sua efetiva implementação.
Para acertar o ritmo e o compasso no quesito capacitação, é preciso compreender o turismo não como setor - como comumente é chamado - mas como um segmento estratégico e transversal, que depende de outras indústrias para funcionar.
Sem restaurantes, bares, boates, museus, táxis e afins não há meios de oferecer um projeto turístico por completo. E aí se estende a imprescindível preparação da mão de obra nacional. O Estado deve, caso queira ter o País posicionado como destino maduro em âmbito internacional, construir meios para que essas atividades correlatas possam bem-servir juntamente às áreas primárias - como hotelaria, aviação e transporte urbano.
Aqui reside o desafio maior para o ano que chega - uma vez que os gargalos de mobilidade urbana, substancialmente, já naufragaram. Agora, resta cativar o estrangeiro com um sorriso no rosto e o usufruto de uma língua inglesa pouco compreendida, mas que minimamente faz ser entendido. O atraso protocolar começou a perder o charme, é hora de fazer.
Editorial Hotelier News
Fonte: http://www.hoteliernews.com.br/HotelierNews/Hn.site.4/NoticiasConteudo.aspx?Noticia=71448&Midia=2
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