O presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), Washington Fajardo, vê uma oportunidade de alavancar o turismo cultural na cidade. "É um turismo mais sustentável, de mais qualidade", afirma, pois traz junto uma série de outros produtos e serviços relacionados, como a oferta de restaurantes e bares. Fajardo tem sugerido à Prefeitura do Rio a criação de um bilhete cultural que junte o ticket do VLT com a visita aos espaços culturais por onde ele passa. "Serão muitos espaços públicos conectados e que vão surgir ao lado equipamentos culturais de interesse turístico", diz. Além desses espaços culturais, a região portuária tem 70 imóveis tombados como patrimônio histórico.
O diretor do MAR, Carlos Gradim, diz haver um processo de ressignificação simbólica do Porto. "Era um espaço proibido e agora o carioca volta a ocupar essa região", diz. O museu, primeiro espaço cultural a ser inaugurado dentro do projeto do Porto Maravilha, tem criado eventos para além das salas de exposição, como os projetos de música em sua área externa.
O Museu do Amanhã, a ser inaugurado até o fim deste semestre, é um projeto inovador que procura levar à reflexão sobre o futuro, em um debate sobre ambiente e sociedade. O museu será dividido em cinco partes e cada uma delas fará uma pergunta: "De onde viemos?", "Quem somos?", "Onde estamos?", "Para onde vamos?", "Como queremos conviver nos próximos 50 anos?". Para o curador do museu, o físico Luiz Alberto Oliveira, o objetivo do projeto não é oferecer respostas: " É colocar os visitantes para pensar".
Projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o desenho do museu faz alusão à flor das bromélias encontradas no Jardim Botânico do Rio. O projeto do prédio é sustentável. Asas retráteis no telhado aumentam o uso da energia solar e a água da Baía de Guanabara auxilia na refrigeração do ambiente interno e é utilizada no espelho d'água. O investimento para a construção, de R$ 230 milhões, foi feito pelo consórcio que vai operar o Porto Maravilha e o projeto museográfico é da Fundação Roberto Marinho. A manutenção do espaço será feita por patrocínio do banco Santander e do MD Group.
Outro espaço de lazer é o AquaRio, a ser inaugurado em dezembro. Será o maior aquário da América do Sul, com 22 mil metros quadrados em cinco andares. Lá estarão oito mil animais de 350 espécies diferentes. A estrela será o tubarão, conta o diretor-presidente do espaço, o biólogo Marcelo Szpilman. "Queremos desmistificar a ideia sobre os seres marinhos em geral e, mais especificamente, sobre os injustiçados e ameaçados tubarões", diz. "Queremos mostrar aos visitantes a importância desses magníficos predadores para a manutenção da saúde e do equilíbrio dos ecossistemas marinhos. Para isso, nada melhor do que poder vê-los bem de perto e até mergulhar com eles", afirma. Szpilman pretende que o aquário se torne um equipamento de turismo, lazer e entretenimento, mas também um espaço de sensibilização sobre a questão da sustentabilidade. Um centro de educação ambiental promoverá eventos e programas para aproximar os visitantes dos ecossistemas marinhos e fortalecer a consciência da preservação.
(Fonte: Valor Econômico/Ana Paula Grabois | Para o Valor, do Rio
http://www.portosenavios.com.br/portos-e-logistica/28356-circuito-cultural-redefine-papeis-do-centro-e-do-porto-do-rio
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