quinta-feira, 1 de março de 2012

Rio chega faz 447 anos com desafio de aproveitar boom econômico

Por O Globo (economia@oglobo.com.br)
Agência O Globo

RIO - São Sebastião do Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa, chega ao 447 anos de fundação com o desafio de aproveitar o bom momento econômico tirar o máximo proveito do bom momentos econômico criado por eventos como a Olimpíadas de 2016 e a exploração do pré-sal. Para economistas que se dedicam a estudar a cidade, a fórmula inclui aproveitar o exemplo de Houston, pólo petrolífero americano, de Barcelona, sede da Olimpíada de 1992, além de recuperar setores que já foram fortes na cidade, como o de finanças e administração de bens.

A decisão sobre as Olimpíadas e o íncio da produção do pré-sal, já se refletiu em números positivos. Segundo a agência municipal Rio Negócios, no ano passado foi anunciado R$ 1,6 bilhão em investimentos na cidade por 13 grandes multinacionais na cidade, contra R$ 900 milhões do ano anterior. E esta expansão deve continuar nos próximos anos.

_ Temos que montar uma estratégia mirando Barcelona e Houston. A ideia é focar em desenvolvimento tecnológico como Houston e, como Barcelona, ter uma atividade econômica mais concentrada em moda, gastronomia e turismo, atividades que o Rio também tem vocação - diz Alfredo Renaut, especialista em energia.

Eduarda de La Rocque, secretária municipal da Fazenda, acredita que a cidade pode recuperar sua importância nessa área, como antes de a Bolsa do Rio quebrar e ser incorporada pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e de os bancos comerciais concentrarem suas matrizes na capital paulista. Por isso, torce pela implantação de uma nova bolsa de valores, organizada pela empresa americana Direct Edge, que depender da autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para operar.

- A qualidade de vida no Rio gera vantagem comparativa na contratação de mão de obra - diz a secretária municipal da Fazenda.

Outra aposta de Eduarda é a abertua da Bolsa Verde do Rio (Bv-Rio), um centro de negociação de crédito de carbono e ativos ambientais. Uma organização sem fins lucrativos busca capital de investidores com o objetivo de abrir a Bv-Rio antes da realização da conferência Rio+20 que começa em 13 de junho.

O economista Fabio Giambiagi, que organizou o livro "Rio: a hora da virada" junto com o economista André Urani (morto no ano passado), concorda com o potencial de atração no mercado financeiro, especialmente na gestão de fortunas e de fundos de investimentos ("assets", gestoras de capital).

- Tenho acompanhado, com satisfação através de alguns dos meus amigos do mercado, toda essa proliferação de pequenos "assets", um movimento interessante que tem tudo para crescer - diz Giambiagi.

Argentino, radicado no Rio, o economista ainda brinca com o atrativo extra oferecido pela capital fluminense:

- Em que lugar de Londres, Nova York, Xangai ou Milão você pode estar na mesa de operações às 8h, depois de ter dado uma corrida na praia?

Mas o bom momento ocorre depois de um período de recuperação, não de euforia, destaca o economista Mauro Osório, especialista em planejamento regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele lembra que a cidade teve um crescimento de 10,8% em seu Produto Interno Bruto (PIB, valor total de bens e serviços) entre 1999 e 2009, último dado disponível, enquanto o Sudeste cresceu 31,4% no mesmo período e o Brasil, 38,3%. Nesses dez anos, o crescimento brasileiro foi sobretudo puxado pelas cidades médias. Em compensação, de 2008 a 2009, a cidade cresceu 5,9%, enquanto o país encolheu 0,3% economicamente por efeito da crise econômica global.

Osório acredita que Rio cresce agora pelo menos no mesmo ritmo da média nacional e espera, que quando os dados de 2011 forem divulgados, eles mostrem que a economia carioca cresceu mais 2,7% ou seja, acima do patamar estimado pelo Banco Central (BC) para o país em 2011. E acredita que nos próximos anos, de 2012 a 2016, a expansão seja ainda maior.

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