Bombeiros e policiais civis e militares do Rio de Janeiro decretaram em assembleia na noite de segunda-feira, a pouco menos de uma semana do carnaval, o fim da greve iniciada na semana passada por melhores salários.
– Suspendemos o movimento em homenagem aos nossos heróis que estão presos e para ajudar o Rio de Janeiro e o nosso turismo que é muito importante nesse momento– disse à agência inglesa de notícias Reuters o presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Fernando Bandeira. “Vamos voltar a trabalhar normalmente.”
Depois do carnaval, as categorias vão se reunir novamente para discutir em conjunto as reivindicações salariais. Policiais e bombeiros defendem um salário base de R$3.500 mais benefícios.
A greve declarada no Rio aconteceu após uma paralisação da Polícia Militar baiana desde o dia 31 de janeiro, que fez aumentar fortemente o número de homicídios no Estado. A paralisação na Bahia acabou no sábado.
O movimento grevista no Rio de Janeiro iniciado a partir da madrugada de sexta-feira passada teve pouca adesão e enfrentou uma forte resistência do comando das tropas.
Ao menos 17 líderes do movimento grevista foram presos e outros diversos policiais e guarda-vidas foram acusados de insubordinação e outros crimes.
Durante o fim de semana, um sindicato dos policiais civis já havia abandonado o movimento e uma caminhada de bombeiros pela orla foi suspensa. O esforço das categorias agora é pela libertação dos grevistas que ainda estão presos.
Eles pedem apoio da Defensoria Pública do Estado e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). “Nosso esforço agora é pela libertação dos nossos companheiros … (a prisão) foi injusta e arbitrária”, declarou.
O cabo Benevonuto Daciolo, um dos líderes do movimento que foi detido após ser flagrado em conversas telefônicas negociando com grevistas da Bahia a difusão do movimento para outros Estados, permanece no complexo de Bangu, onde estão detidos os presos mais perigosos do Rio.
A paralisação ameaçava colocar em risco o funcionamento das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), os batalhões da PM instalados em favelas que são a principal arma do Rio para combater o crime organizado antes da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
As greves no Rio de Janeiro e na Bahia devem intensificar no Congresso Nacional os debates em torno da PEC 300, proposta de emenda à Constituição que tramita atualmente no Parlamento e busca estabelecer a obrigatoriedade de um piso salarial nacional para policiais militares e bombeiros.
Redação, com ABr
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