quarta-feira, 31 de julho de 2013

Turismo cultural: considerações gerais

A cidade do Rio de Janeiro foi durante muito tempo entendida como um produto baseado nas praias e na natureza. A promoção foi durante décadas calcada em tais atrativos e no carnaval. Houve, então, necessidade de mudar a percepção do produto nos mercados emissores, como forma de introduzir a famosa experiência cultural, nas viagens. E assim, sem estarem devidamente preparados, atrativos culturais começaram a ser introduzidos nos roteiros e nas campanhas publicitárias.

De cidade do Carnaval, o Rio foi alçado a cidade da música, onde o chorinho, o funk, a musica clássica e o jazz entraram na comercialização da cidade. Sem esquecer o Carnaval, que é, ao lado do reveillon, o maior evento brasileiro, os estandes nas feiras internacionais tiveram apresentações de chorinho, de sopranos e o Teatro Municipal passou a ser referência em algumas campanhas publicitárias.

Desta forma, estávamos conhecendo uma cidade abençoada pelo Cristo e com vistas paradisíacas do Pão de Açúcar, que também é repleta de centros culturais, museus, templos religiosas ou simplesmente marcada por seu maior promotor, o carioca, que contagia o mundo, com sua alegria, otimismo e afeto.

Viver o Rio é viver a Lapa, centro da diversidade carioca, onde diversas tribos se encontram e vivem em harmonia as suas manifestações ou ate a forma de entender as mesmas. A riqueza efetiva do turismo está no encontro do turista com o modus vivendi local e sempre tendo como premissa, o código de Ética Mundial do Turismo da OMT vislumbra as atitudes que devem ser levadas em consideração tanto nos prestadores de serviços, como no turista e nos anfitriões.

Entender o Rio é ir a praia nos postos frequentados pela população, trocar olhares e telefones nas praias, enfim saborear uma feijoada com caipirinha, andar de havaiana e ter uma paixão eterna e um sorriso pleno, motivados pela alegria que invade nossos corações.

Acredito que turismo cultural é antes de tudo o viver uma cidade, como seus moradores, conversar nas ruas e perceber que somos únicos no afeto com desconhecidos e que nossa vontade de ajudar é algo marcante. Sim, somos solidários com a humanidade.

Sinto, no entanto, que os setores Turismo e Cultura pouca se falam ou se relacionam. Temos pequenos exemplos pontuais de integração mas falta o entendimento de que gestores culturais precisam conhecer o universo dos prestadores de serviços turísticos e vice-versa. A cidade seria muito mais cobiçada se a interação se desse, por meio de ações ou mesmo políticas públicas que a fomentassem. Cultura é o diferencial do produto turístico em suas diversas manifestações, como a gastronomia, a arte, a história, o contexto antropológico e pressupõe uma estrutura sistematizada.

Vejo, por exemplo, pouco esforço efetivo dos diversos templos religiosos em se adequar às visitações turísticas uma industria de suvenires, material promocional, pessoal capacitado e sobretudo gestão turística. São algumas considerações, que esperam possam fomentar uma discussão mais profícua e gerar produtos efetivos para a busca da integração.

Bayard Do Coutto Boiteux
Coordenador do curso de Turismo da UniverCidade e presidente do Site Consultoria em Turismo(www.bayardboiteux.com.br).

Fonte:http://www.monitormercantil.com.br/index.php?pagina=Noticias&Noticia=137619&Categoria=OPINI%C3%83O

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