quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O Rio de Janeiro voltou a ser seguro para eventos corporativos

Com os eventos internacionais programados para o Rio de Janeiro, as atenções do mundo se voltam para a cidade. E as perguntas são sempre as mesmas. Será que o Rio de Janeiro voltou a ser uma cidade segura? Será que o risco de tiroteios e arrastões ficou realmente para trás?

Para esclarecer esta dúvida, Tempos & Movimentos entrevistou, com exclusividade, o Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame.

T&M - Que medidas foram tomadas para que a cidade volte a ser um local seguro para a realização de eventos com diretores de alto escalão e clientes VIPs, de grandes empresas?

Beltrame - O Rio de Janeiro tem um histórico de fazer e atender grandes eventos, além de receber turistas de todo o mundo. A cidade tem hoje uma política visível de segurança pública, o que facilita a realização de qualquer tipo de evento. A instalação de 28 Unidades de Polícias Pacificadora (UPPs), a modernização da polícia, a construção do Centro de Controle de Comando Integrado (CCCI), a construção de Prédio das Regiões Integradas de Segurança (RISP), tornando viável o trabalho integrado das Polícias Militar e Civil, e o investimento em serviços inovadores, como a implementação do Sistema de Detecção de Tiros e a instalação de câmeras de segurança, são ações que juntas resultaram em uma cidade onde moradores e turistas se sentem mais seguros.

T&M – Essas medidas já podem ser percebidas pelos moradores, turistas e até os organizadores de grandes eventos?

Beltrame - Dentro desse novo contexto, desde janeiro de 2007, quando iniciamos um novo projeto na Segurança do estado do Rio, as UPPs já beneficiam 175 comunidades e 380 mil moradores. Essas unidades geram transformações importantes na cidade de uma maneira geral. Elas não só retomam territórios dominados pelo tráfico há anos, como permitem a entrada de outros serviços para as comunidades e a segurança reflete em bairros ao redor, que passaram a registrar índices de criminalidades mais baixos.

T&M - Quais são os índices que comprovam estas mudanças?

Beltrame - Desde janeiro de 2007, saímos de uma média anual de 41,1 homicídios por 100 mil habitantes em 2006 e, hoje chegamos a uma média de 26,5 por 100 mil em 2011. Acredito nesse progresso e a tendência é que essa taxa fique ainda menor! Os dados mostram que houve queda nos indicadores de Letalidade Violenta (Homicídio Doloso, Latrocínio, Auto de Resistência e Lesão Corporal Seguida de Morte) e também queda no número de Roubo de Rua, como roubo a transeunte com diminuição de 21,1%, de aparelho celular com queda de 17,4% e em coletivo com menos 36,3%.

T&M - O que podemos dizer especificamente sobre a Barra da Tijuca, no quesito segurança, considerando que o Citibank Hall e os principais hotéis estão nesta área?

Beltrame - A região da Barra da Tijuca segue a tendência do estado e apresenta queda nos índices relativos a crimes de rua. Foram 587 em 2012, contra 731 em 2011.

T&M – Em termos práticos, as praias podem ser indicadas para um passeio para os executivos estrangeiros? E as atrações turísticas? Quais podem ser indicadas com tranquilidade e quais ainda demandam um reforço particular de segurança?

Beltrame - Os executivos podem visitar não só as praias como todos os outros pontos turísticos do Rio de Janeiro, uma vez que o Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur) desenvolve um trabalho de prevenção e policiamento ostensivo específicos para locais visitados pelos turistas.

T&M – Alguns pontos são os mais temidos pelas empresas organizadoras de eventos, como os arrastões, o deslocamento na cidade, tiroteios nas principais vias. O que demanda uma atenção maior? Quais os horários mais seguros para deslocamento?

Beltrame - Há cerca de quatro anos não há registro de arrastões, tiroteios ou qualquer tipo de tumulto nas áreas de lazer da Orla. De uma maneia geral, os índices de segurança da Zona Sul, que concentra boa parte das atrações turísticas, podem ser comparados aos de países considerados os mais seguros do planeta!

T&M - Estas medidas estão sendo implantadas. Já temos os primeiros resultados, mas deve haver uma expectativa a médio e a longo prazo. Qual é essa expectativa?

Beltrame - A tendência é que os indicadores de violência fiquem ainda menores à medida que novas ações de combate à criminalidade sejam implementadas. Dentro do planejamento, estão previstas, por exemplo, a inauguração de pelo menos 40 UPPs até o final deste ano.

Por Fortunée Levi

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