sexta-feira, 20 de setembro de 2013

PANORAMA E DESAFIOS DA HOTELARIA SÃO APRESENTADOS PELO FOHB

Parte integrante da Convenção Secovi 2013, que acontece desde a última quarta-feira (18) em São Paulo, a palestra O setor hoteleiro do Brasil às portas da Copa do Mundoapresentou aos participantes do evento um panorama do mercado de hospitalidade atual e seus principais gargalos de desenvolvimento. Roberto Rotter, presidente do Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), ministrou a palestra e estabeleceu alguns pontos de diálogo para os próximos anos.

Entre os desafios citados por ele para o mercado hoteleiro no futuro próximo está o debate sobre a forma de constituição jurídica dos empreendimentos, que hoje é feita majoritariamente por meio do sistema de condo-hotéis. “Este é o modelo ideal?”, questionou Rotter, uma vez que este formato de negócios é alvo de discussões e críticasconstantes de especialistas. Além disso, o dirigente do Fohb destacou as questões de alto custo de imóveis e terrenos no Brasil e as dificuldades de se obter financiamento como entraves do setor.

Apresentando um panorama do mercado atual, Rotter destacou alguns números: o País conta com aproximadamente 460 mil UHs em 10 mil hotéis, sendo 28% pertencentes a redes hoteleiras e 72% de administração independente. São empregados cerca de 1 milhão de colaboradores no setor, que conta também com um patrimônio avaliado em R$ 36 bilhões. Até 2015, o Fohb estima que haverá um incremento de 40 mil UHs no parque hoteleiro nacional, fruto de investimentos que somam R$ 7 bilhões.

Apesar do aquecimento do mercado nos últimos anos, 2013 não vem registrando números que saltam aos olhos. Os dados da HotelInvest já haviam adiantando o que Rotter apresentou durante a palestra: uma queda, ainda que sensível, na ocupação hoteleira em todo o Brasil. Segundo o executivo, de 2011 para 2012, houve um crescimento no RevPar (receita por apartamento disponível) de 11%, mas uma queda de 3,8% na ocupação; e os dados prévios do primeiro semestre de 2013 seguem a mesma linha.

Embora indique uma estabilidade da demanda, os dados inspiram atenção dos hoteleiros, principalmente se pensados no contexto da macroeconomia do País. “A hotelaria é intrinsecamente ligada à economia. Portanto, se cai o PIB [Produto interno bruto], os índices do setor caem”, esclareceu o presidente do Fohb. A questão da superoferta hoteleira, já destacada pelo Placar da Hotelaria, também deve ser estudada pelos hoteleiros, uma vez que pode ser fator de crise em alguns mercados, como Belo Horizonte e Manaus.

Em relação à Copa de 2014 e os demais grandes eventos que o País vem recebendo e deve receber nos próximos anos, Rotter balizou os números brasileiros com índices da Alemanha e África do Sul, respectivamente sedes das Copas de 2006 e 2010, para apontar o bom desempenho do Brasil. Muito vem se discutindo sobre os preços cobrados durante as competições, mas o dirigente destaca que o cenário é comum em todos os mercados que recebem grandes eventos. “Em Berlim, a diária média quase dobrou de 2005 para 2006. Em Munique, o índice cresceu cerca de 80%”, revelou, apontando que o comparativo feito com o Brasil mostra que enquanto as cidades alemãs tiverem diárias entre US$ 150 e US$ 200, a Cidade do Cabo (África do Sul) chegou a US$ 300 e o Brasil ficou abaixo dos US$ 200 na Copa das Confederações.

O evento
A Convenção Secovi 2013 acontece em São Paulo desde a última quarta-feira (18), e segue até sábado (21). O evento reúne profissionais da indústria imobiliária para debater e trocar experiências aplicadas no setor.

Serviço
www.semanaimobiliaria.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário