segunda-feira, 2 de julho de 2012

Faremos a melhor feira já realizada no Rio de Janeiro

Por: Anderson Masetto

Faltando pouco menos de quatro meses para a realização da Feira de Turismo das Américas – Abav 2012, o presidente da entidade, Antonio Azevedo, enaltece as mudanças anunciadas. Ele garante que será o melhor evento da Abav no Rio de Janeiro. Até o momento 80% dos espaços já foram comercializados, sendo que no Pavilhão 3 do RioCentro não há mais estandes disponíveis.

O dirigente falou também sobre o desmembramento do congresso e da feira a partir de 2013 e revelou que, embora já existam estados interessados, ainda não está definido onde o evento será realizado. Além de reclamar do grande número de feiras e eventos no turismo, ele comentou sobre a recente onda de fusões e aquisições que está acontecendo no mercado de turismo. Veja a entrevista:

MERCADO & EVENTOS - Como está a procura por espaços na feira? Depois que a entidade anunciou as mudanças nesta edição houve aumento de interessados?

Antonio Azevedo - Não podemos esconder que a feira estava em um processo de desgaste. Tínhamos consciência disso e fizemos uma pesquisa na última edição para que qualquer decisão fosse embasada tecnicamente. Com as mudanças está havendo uma recuperação da imagem e do interesse pela feira. Estamos com empresas e entidades que nunca tinham participado. Faremos a melhor feira de todos os tempos no Rio de Janeiro. É bom frisar que não é um abandono e sim o fim de uma etapa que será encerrada com chave de ouro. A Abav vai para São Paulo, com um contrato de três anos, mas nada impede que ela volte um dia para o Rio.

M&E - Todos os espaços já foram vendidos?

Antonio Azevedo - O Pavilhão três, onde ficarão os estados, países da América Latina, algumas companhias aéreas e o espaço corporativo já está totalmente ocupado. Houve uma mudança: o pavilhão dois, onde ficavam os estados, ficará a Vila do Saber. Nós fizemos um remanejamento e o três não terá mais aquele labirinto, mas destinos, entre estados e países da América Latina. O espaço corporativo e o trade também ficarão no três. No geral, temos cerca de 80% dos espaços comercializados. Estamos em um ritmo muito bom. Em junho do ano passado não tínhamos nem 50% dos estandes vendidos. Acredito que estamos no caminho certo. A troca da empresa que organiza a feira foi fundamental para isso.

M&E - Já está prevista uma volta para o Rio após esses três anos? A feira poderá ser também itinerante e ir para outro destino?

Antonio Azevedo - Entendemos que passando esses grandes eventos, a cidade estará renovada, especialmente aquela região da Barra da Tijuca, com metrô e mais mobilidade. Isso muda totalmente o panorama, fazendo com que a feira passe mais uma temporada lá. No momento continuamos apenas com São Paulo e Rio de Janeiro com condições de sediar a nossa feira. Fortaleza até possui um bom pavilhão no seu centro de convenções, mas esbarra na capacidade hoteleira e a logística necessária. Este seria o maior nó, mas tem outros fatores que não podemos esquecer. Um deles é o ambiente de negócios porque aquele conceito de feira de lazer como era antigamente com a feira itinerante, não existe mais. Temos que estar focados nos negócios e hoje São Paulo tem o que queremos neste quesito.

M&E - E como ficará o Congresso com essas mudanças?

Antonio Azevedo - Vamos implantar esta mudança que é a itinerância do Congresso. Aí sim, ao contrário da feira, será um clima mais leve. Vamos discutir os problemas da classe, aproveitar para conhecer o destino. Esta era uma demanda grande dos estados, que também queriam receber o evento. Além disso, há algum tempo o Congresso estava esvaziado, o que nós tínhamos eram capacitações. Aquelas plenárias para discutir problemas não aconteciam mais.

M&E - Já existem candidatos a receber o congresso em 2013?

Antonio Azevedo - Fortaleza foi quem nos procurou primeiro. Mas outros destinos também já manifestaram a intenção de receber o congresso, como o Distrito Federal, Foz do Iguaçu e Belém, onde nasceu essa ideia da itinerância. A verdade é que não divulgamos muito isso. Ainda não temos constituído um caderno de encargos. Estamos trabalhando nisso e vamos entregá-lo aos interessados até o final de julho. Mesmo não sendo um evento tão grande quanto a feira, teremos algumas exigências. Ainda não temos nada decidido.

M&E - Já há definição de datas?

Antonio Azevedo - O congresso será no primeiro semestre de 2013. Ainda estamos definindo, vamos estudar isso ainda, mas é provável que seja no final de abril ou início de maio.

M&E - O senhor acredita que com todas essas inovações, a feira da Abav tem condições de capitanear uma mudança no mercado de feiras de turismo no país, fazendo com que elas se agreguem ou que mudem de perfil?

Antonio Azevedo - Somos os líderes neste mercado e vamos continuar sendo. Temos 40 anos de história, eu vejo com muita tranquilidade a chegada de outras feiras no mercado. No entanto, temos uma vantagem, pois conhecemos muito o segmento e sabemos o que o mercado quer porque estudamos isso. Existe sim um excesso de eventos, mas tem espaço para algumas feiras referenciais, até porque o Brasil é muito grande e estamos abertos a alianças. Uso como exemplo a nossa parceria com a Abracorp.

M&E - As Abav’s regionais estão começando a organizar também as suas próprias feiras, o senhor acredita que isso é saudável para o mercado?

Antonio Azevedo - Eu tenho até uma certa culpa nisso pois a primeira que surgiu foi a do Paraná, criada por mim. Não me arrependo, pois há espaço para isso, mas tem que ter um limite de dimensão. O objetivo com ela era evitar a grande profusão de eventos que acontecia na cidade, como cafés da manhã, treinamentos e outros e juntar tudo em um só lugar, até porque está cada vez mais difícil para o agente de viagens se ausentar do seu local de trabalho. Dentro desses limites, não vejo problema na realização desses eventos. Outra coisa nova que está acontecendo são os eventos das operadoras, que acabam tumultuando o processo. Claro que é bom para elas, pois também ganham dinheiro e levam os agentes para ter contato com os seus fornecedores.

M&E - O senhor não acredita que isso nasceu da necessidade de mostrar os produtos de uma forma mais detalhada, o que não pode acontecer em uma grande feira?

Antonio Azevedo - O objetivo é consolidar os clientes dessas operadoras, mas são limitados, que recebem um número reduzido de agentes. São feiras sem muito contexto com pouca parte educacional e não são consistentes. Eventos como os da Ancoradouro e o Nascimento, por exemplo, que agregam conhecimento aos agentes são modelos de sucesso, eu conheci e fique entusiasmado. Quando tem este objetivo educacional e que levem conhecimento ao agente serão sucesso. O que não pode acontecer é mudar o objetivo da operadora que, além de pacotes, passa também a vender estandes. Não pode.

M&E - Como a Abav tem percebido as mudanças que estão acontecendo no mercado nesses últimos meses, como a chegada da Flytour e da Trend no lazer, a aliança entre Ancoradouro e Agaxtur, a fusão Azul e Trip, além da Latam e outras que estão para acontecer? Como isso afeta o agente de viagens?

Antonio Azevedo - É um momento novo para o turismo. Quando alguém imaginava que essas empresas poderiam se unir? O que o agente de viagens quer, acima de tudo é uma boa prestação de serviços e temos que considerar que há um grau de insatisfação muito grande com o mercado fornecedor. Temos problemas na qualidade do atendimento principalmente. Isso só vai se resolver no Brasil com mais tecnologia. Para citar um caso concreto, podemos pegar Rextur, Advance e Trend. Quando se fala em agregar valor e criar facilidades, é tudo que o cliente quer, pois vai em um só portal e resolve a vida dele. Essas mudanças não podem ser apenas financeiras e comerciais, mas tem que ter algum objetivo de melhoria nos serviços. Outro ponto que entendemos como favorável é que as novas operadoras que entraram no mercado são todas com foco no agente de viagens. São empresas muito bem estruturadas, que estudaram as estatísticas e viram que este é o melhor caminho.

Fonte:http://www.mercadoeeventos.com.br/site/Noticias/view/86115

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