segunda-feira, 19 de maio de 2014

Guia de turismo lança manual prático para gringos não micarem na Copa

TÁSSIA DI CARVALHO

Rio - Os turistas alemães, austríacos e suíços que vierem ao Brasil assistir aos jogo da Copa do Mundo têm um aliado para não cometerem gafes em terras tupiniquins. A cientista cultural e guia de turismo no Vidigal Emel Mangel, de 29 anos, lançou o livro “Fettnäpfchenführer”, algo como ‘Para não pisar na bola’. O objetivo: evitar sustos antes mesmo da bola rolar.
A cientista cultural Emel Mangel apresenta o manual para os turistas ficarem ‘bem na foto’
Foto:  Estefan Radovicz / Agência O Dia



O livro, à venda na Alemanhã e na Amazon.com, conta a história (fictícia) de Linda, uma alemã que vem ao Rio morar com uma família e enfrenta diferenças culturais. “Linda percebe, por exemplo, que os biquínis são minúsculos, mas topless é um tabu. Que aqui não lavam calcinhas na máquina.”

Emel conta que na Alemanha não é normal ficar pedindo informações na rua. “O livro mostra que os turistas podem ficar tranquilos em perguntar aqui, pois as pessoas não veem isso como perturbação.”

A informalidade dos brasileiros é uma das coisas que a atraiu. “Gosto de chegar na padaria e chamar as pessoas de queridas. Essa relação de amizade com gente que nem conheço não existe na Europa.” O que a chateia no Rio é a pobreza que vê pelas ruas do Centro e a violência. “É triste ver as pessoas assim jogadas na rua e sem ter o que comer”

Emel veio ao Brasil pela primeira vez aos 16 anos, para fazer intercâmbio em Cuiabá, e criou laços com sua ‘família’ brasileira, voltando durante anos. “A sorte me trouxe ao Brasil.”

Durante as temporadas no Mato Grosso aproveitou para cursar Letras na UFMT, onde conheceu o ex-marido, estudante de Física.

Ao voltar a Berlim para cursar mestrado em Ciências Culturais, o casal apresentou, durante dois anos, um programa sobre MPB. “Eu também escrevia artigos sobre o Brasil.” Agora ela só volta para sua terra natal a passeio. “Minha mãe foi a primeira a perceber que eu ficaria aqui. Acertou!”

‘Favela é menos violenta que o asfalto’
A principal dica de Emel para os turistas é um tanto quanto curiosa. Ela diz que o asfalto é perigoso enquanto a favela é tranquila. “Quando levo meus grupos ao Vidigal, mostro os pontos turísticos tranquila, pois lá não há violência. Mas quando estamos nos outros cantos da cidade, tenho medo.”

Entre os conselhos para não ser assaltado, Emel diz que é bom carregar bolsas na frente do corpo. “É importante que andem com roupas mais simples e que não exibam objetos caros, pois atraem ladrões.” As dicas que dá é para que outros não sofram o mesmo que ela — assaltada em diversos cantos do Rio, principalmente na Lapa e em Santa Teresa. “Vivo na favela há dois anos e nunca aconteceu nada lá. Posso chegar a hora que quiser tranquilamente.”

DEZ DICAS PARA SOBREVIVER À COPA

É importante memorizar logo os nomes dos brasileiros, porque é mal aceito perguntá-los a toda hora.

Chame sempre as pessoas pelo primeiro nome, inclusive em em ambientes profissionais.

Não lave suas peças íntimas junto com outras roupas na máquina. Isso não é normal.

Não é bem aceito dizer ‘não, não vou ou não tenho tempo’

Em geral dizer ‘não’ também não é bem aceito. Brasileiro não gosta de ouvir negativas.

Não se deve jogar papel higiênico no vaso sanitário.

É normal compartilhar a carne do seu prato num churrasco.

Cuidado, pois na Alemanha a palavra motel é um hotel para caminhoneiros. Já no Brasil é para encontros amorosos.

Biquinis podem ser minúsculos, mas nunca faça topless numa praia.

Não espere sinalização, itinerário ou lista das linhas quando for pegar um ônibus.

Fonte:http://odia.ig.com.br/noticia/riosemfronteiras/2014-05-18/guia-de-turismo-lanca-manual-pratico-para-gringos-nao-micarem-na-copa.html

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