RIO - A nova onda na orla da Zona Sul são as "laranjinhas". Mesmo com o tempo fechado, as bicicletas de aluguel do sistema Bike Rio coloriram na terça-feira a orla de Copacabana, no último dia do feriadão. A procura foi tanta que havia até disputa nas estações, reinauguradas no final de outubro pela prefeitura. A estudante de Direito Liana Selles, que mora em Copacabana, percorreu três pontos de retirada até conseguir uma bicicleta. Foram cerca de 40 minutos de busca e espera, até a universitária sair pedalando pela Avenida Atlântica.
Ela conseguiu a bicicleta na estação na esquina da Atlântica com a Rua Miguel Lemos, após aguardar cerca de 20 minutos por uma devolução no mesmo ponto. A cada hora, os usuários são obrigados a entregar a bicicleta numa das estações. Segundo o site www.mobilicidade.com.br, pelo qual é possível comprar o passe e verificar os equipamentos disponíveis, havia no fim da tarde de terça-feira 26 estações em funcionamento.
— Primeiro fui à estação do Cantagalo, depois passei pela da Miguel Lemos e tentei em seguida a do Forte de Copacabana. Fui também à Rua Souza Lima, esquina com a Nossa Senhora de Copacabana, onde haveria uma estação pelo mapa (instalado nas estações). Mas não achei a estação — contou Liana, que, mesmo, com as dificuldades, aprova o programa.
Para ela, a vantagem está na comodidade oferecida pelo sistema de aluguel, que custa R$ 5 o dia e R$ 10 o mês. O pagamento é feito com cartão de crédito.
— Não preciso me preocupar com roubo, nem em prender com cadeado a minha bicicleta. E, se mudar de planos no meio do caminho, é só deixar a bicicleta em alguma estação — disse a estudante, que sugere um tempo mais curto de uso, como 30 minutos, para os fins de semana e feriados, quando a procura aumenta.
O programa de bicicletas públicas caiu no gosto de cariocas e turistas após muitas idas e vindas. Uma série de problemas levou à suspensão do sistema, então chamado Pedala Rio, em julho passado. Foram dois anos e meio enfrentando muitos obstáculos, como furtos e falhas operacionais. A falta de bicicletas, o número pequeno de estações em funcionamento e os preços também afastavam os usuários. No dia 28 de outubro, o programa foi lançado novamente pela prefeitura, em conjunto com a empresa concessionária Serttel e com o patrocínio do Banco Itaú. A promessa agora é de triplicar a quantidade de estações, chegando a 60, com um total de 600 bicicletas — antes, eram 19 bases e 150 veículos.
O valor cobrado por mês também é um atrativo. Enquanto usuários do Bike Rio formavam uma fila na tarde de terça-feira na estação da Miguel Lemos, logo em frente dezenas de bicicletas privadas permaneciam estacionadas à espera de clientes. O aluguel delas custava R$ 10 a hora — mesmo preço do passe de um mês do Bike Rio.
Moradores de São Paulo, Leandro Sartori, de 24 anos, e Danilo Oliveira, de 25, que passavam o feriadão no Rio, se renderam às "laranjinhas".
— Eu vim no sábado e paguei pelo sistema mensal. Compensa mais do que alugar a bicicleta particular — disse Danilo, que ontem circulava de bicicleta por Copacabana.
O novo sistema conquistou também o analista financeiro Augusto Chagas, de 26 anos, que mora no Leblon. Sem espaço no seu apartamento para guardar uma bicicleta, ele não precisa mais recorrer aos amigos para pedir uma emprestada.
— Antes o sistema era mais caro, existiam poucos pontos, que eram pouco divulgados. Agora vale mais a pena — afirmou Augusto.
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