segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A educação e o turismo: compromisso com o desenvolvimento

Por: George Irmes

Em Janeiro de 2003 quando terminei a Pós Graduação de Docência Superior a minha monografia tinha como título exatamente este artigo que resolvi escrever para chamar a atenção dos meus colegas de turismo, no qual atuo ha 47 anos, sobre a necessidade de formação contínua no nosso setor, seja dos empresários, seja dos seus empregados. Durante muitos anos os cursos de turismo e hotelaria oferecidos pelas faculdades de turismo eram deficientes quanto ao currículo e corpo docente. Gradativamente, as instituições de ensino modificaram seus currículos e admitiram, em seus quadros, profissionais de turismo.O resultado destas alterações trouxe uma formação harmônica entre o teórico e o prático.

Um fato interessante que pode ser aplicado de imediato em nossas empresasfoi o estudo encomendado pela Unesco, que preocupada com a educação do futuro, solicitou às maiores autoridades mundiais em educação um estudo global sobre o ensino. Como resultado, obtivemos o Relatório Delors, uma nova e moderna concepção ampliada da educação, que foi chamada de “Quatro Pilares da Educação”. Aprender a conhecer é adquirir os instrumentos da compreensão, o senso crítico, a discernir, combinar os métodos dedutivo e indutivo e é aprender a aprender durante ao longo da vida. Aprender a fazer para colocar em prática os conhecimentos e a competência e é ligada a formação profissional. Neste ponto há uma preocupação da hiperespecialização que ignora o todo para ensinar as partes, havendo fragmentação dos conhecimentos. Aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas. Desenvolver uma atitude de empatia. Aprender a ser é conhecer a si mesmo e ser dono do seu próprio destino.

O turismo é muito diferente das outras profissões, pois exige uma formação completa e conhecimentos globais. Como Consultores de Viagens ou Experts, devemos estar aptos em atender as necessidades das pessoas, criando pacotes turísticos, eventos, construindo todos os tipos de meios de hospedagens, parques temáticos e propondo políticas de desenvolvimento turístico. Devemos assumir o compromisso de formar profissionais com sólidos conhecimentos de turismo, usando todos os meios de aprendizagem, inclusive as novas tecnologias, numa era globalizada.

A escola deve estar compromissada em dar respostas mais ágeis e adequadas às solicitações do grupo social ao qual lhe compete servir, portanto estará sempre condicionada à sua capacidade de organizar e promover ações educativas de forma competente e flexível, mudando sua maneira de trabalhar. As escolas de turismo devem unificar os seus currículos e conteúdos programáticos ao máximo possível, sem perder a sua identidade. Está prática acabaria com os grandes problemas, quando da transferência de alunos entre faculdades de turismo. Adequar os currículos e atualizar os conteúdos, acompanhando as mudanças. Utilizar modernos métodos e técnicas instrucionais, mas principalmente possuir um corpo docente, discente, administrativo, técnico e de apoio compromissado com a filosofia de qualidade.

Conscientizar o aluno e futuro profissional de seu papel social e técnico junto aos núcleos e comunidade, empresas, órgãos públicos e entidades diversas que direta ou indiretamente estão ligados às atividades turísticas. O estágio supervisionado é um componente curricular obrigatório, indispensável à consolidação dos desempenhos profissionais desejados, inerentes ao perfil do formando, portanto as empresas do setor turístico devem estimular a admissão em seus quadros destes futuros colegas.

Quanto ao perfil desejado pelo MEC e pelos empresários, o curso de turismo deverá oportunizar a formação de um profissional apto a atuar em mercados altamente competitivos e em constante transformação, cujas opções possuem um impacto profundo na vida social, econômica e no meio ambiente, exigindo uma formação ao mesmo tempo generalista, no sentido tanto do conhecimento geral, das ciências humanas, sociais, políticas e econômicas como também de uma formação especializada, constituída de conhecimentos específicos, sobretudo nas áreas culturais, históricas, ambientais, antropológicas, de inventário do patrimônio histórico e cultural, bem como o agenciamento, organização e gerenciamento de eventos e a administração do fluxo turístico.

As faculdades de turismo devem entender definitivamente que o Turismo é a espinha dorsal, é o ponto central de ensino aprendizagem e que todas as disciplinas devem orbitar em sua volta.Desta forma, as reclamações dos empresários de turismo, de que os alunos são mal formados diminuiria e mais estágios e empregos no setor seriam disponibilizados.A atividade turística está inserida em serviços, interagindo com todas as áreas de conhecimento humano, portanto exige um ensino multidisciplinar, mas com o foco no setor.

O curso de turismo no futuro deve ser transdisciplinar, o encontro entre a ciência e humanidade, entre a natureza e a cultura. Os grandes desafios das universidades de turismo estão em unir os saberes fragmentado, em um contexto global para desvendar o complexo do mundo. À educação cabe fornecer os mapas de um mundo complexo e a bússola para navegar através dele.

Nós do turismo devemos lutar para mudar o curso do século XXI das guerras e terrorismo, devemos dedicar-nos a ecologia, ao amor, a solidariedade e a pacificação. As intertransformações de todos trariam a transformação global, que retroagiria sobre as transformações individuais. A Educação e o Turismo devem ensinar à ética da compreensão planetária e garantir as futuras gerações um mundo melhor.

Queremos um profissional com conhecimentos de Agenciamento, Hospedagem, Transportes, Eventos, Planejamento, Marketing, Geografia, História, Idiomas, mas também: polivalente, criativo, eficiente, culto, rápido, gentil, otimista e ter domínio tecnológico.Não há Turismo sem uma Educação de Alta Qualidade, ou seja, o momento é hoje para você empresário ou empregado de turismo se capacitar e reciclar, já que a Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas de 2016 estão chegando e será a oportunidade máxima de dobrarmos ou triplicarmos a entrada de turistas, gerando emprego e renda como nunca visto neste País.

George Irmes é presidente da Abav-RJ, da Irmes Tours e professor universitário.

Fonte: http://www.mercadoeeventos.com.br/site/noticias/view/79459

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